Arpa 2022


1-5 de Junho 2022


fotos das obras: Jaime Acioli

Vamos apresentar na primeira edição da ArPa, de 01 a 05 de junho de 2022, no Pacaembu, o trabalho de duas destacadas artistas que desenvolveram suas obras no Rio de Janeiro, na segunda metade do século XX.
O recorte busca valorizar o diálogo pertinente da evolução de uma estética sob o olhar feminino, da figuração até a abstração, destacando a maestria no uso da cor e a coerência do percurso artístico de ambas.

Ione Saldanha

 

Ione Saldanha (Alegrete, Rio Grande do Sul, 1919 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001). Pintora, escultora e desenhista. Realiza seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no ateliê do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1874-1955), em 1948. Entra em contato com os artistas Arpad Szenes (1897-1985) e Vieira da Silva (1908-1992). Viaja para a Europa em 1951 e estuda a técnica de afresco em Paris, na Académie Julian, e em Florença, Itália. Inicialmente produz obras figurativas, como cenas cotidianas e retratos, e pintura de casarios, em que enfatiza a geometria. Posteriormente, sua produção adquire um caráter abstrato. No fim da década de 1960, passa a utilizar novos suportes, abandonando a superfície bidimensional, e pinta sobre ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus. Em 1969, recebe o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, e vai para os Estados Unidos e Europa. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, com prêmio aquisição em 1967, e sala especial em 1975 e 1979. Apresenta a mostra Resumo de 45 Anos de Pintura, nas galerias A. M. Niemeyer, Paulo Klabin e Saramenha, no Rio de Janeiro, em 1988. Em 2001, é realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói).

Maria Leontina

 

Maria Leontina Mendes Franco da Costa (São Paulo SP 1917 - Rio de Janeiro RJ 1984). Pintora, gravadora, desenhista. Inicia estudos de desenho com Antônio Covello, em São Paulo, em 1938, e na primeira metade da década de 1940 estuda pintura com Waldemar da Costa (1904-1982). Em 1946, no Rio de Janeiro, freqüenta o ateliê de Bruno Giorgi (1905-1993) e faz curso de museologia no Museu Histórico Nacional (MHN), entre 1946 e 1948. Em 1947, participa da exposição 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Em 1951, é convidada pelo psiquiatra e crítico de arte Osório César (1895-1983) para orientar o setor de artes plásticas do Hospital Psiquiátrico do Juqueri. No mesmo ano, organiza uma mostra dos internos no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1952, com bolsa de estudo do governo francês, viaja para a Europa, acompanhada pelo marido, o pintor Milton Dacosta (1915-1988). Em Paris, entre 1952 e 1954, frequenta o ateliê de gravura de Johnny Friedlaender (1912-1992). Na década de 1960, realiza painel de azulejos para o Edifício Copan e vitrais para a Igreja Episcopal Brasileira da Santíssima Trindade, ambos em São Paulo. Inicialmente, sua obra é pautada no figurativismo de cunho expressionista, mas paulatinamente passa ao abstrato, sem seguir o rigor da geometria pura. Em 1960, em Nova York, recebe o prêmio nacional da Fundação Guggenheim e, em 1975, o prêmio pintura da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).

Fontes:

IONE Saldanha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9565/ione-saldanha. Acesso em: 30 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
MARIA Leontina. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8721/maria-leontina. Acesso em: 30 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7